Dez anos depois, A Cartilha está de volta.

14/05/2008

Ainda a Crise Alimentar

Uma pessoa, hoje em dia, pode, de facto, repetir ou dizer o que quiser, que o escudo electromagnético provocado pela ideologia, por mais reaccionário, demagogo, cego e irresponsável que seja, tudo reflete para longe da consciência, seja o bom senso, seja qualquer espécie de informação contraditória, seja o puro respeito pelas pessoas de quem se fala.

Para explicar a subida do preço do cobre, do ferro e do cimento a entrada da China no mundo do consumismo chega e basta; para os alimentos já não. Porquê? Nós sabemos porquê. Basta conhecer, mesmo que de forma distante, a história das opiniões políticas de Boaventura Sousa Santos [e José Manuel Pureza].

[Chineses e Indianos] abandonaram as "agriculturas tradicionais". Que fale com as pessoas desses países: que lhes peça para abandonarem as técnicas da era da biotecnologia que Borlaug lhes trouxe; que peça ao camponês indiano para devolver a "modernização civilizadora" da bomba de água Yamaha, que lhes permitiu delapidar com inimaginável eficiência o aquífero (e que não tarda nada estará sequinho como os aquedutos da Babilónia) que lhes dá de comer e permite mandar o filho para da "tradição" para a escola; que peça ao camponês chinês para se desfazer do caudal sólido do Rio Amarelo, e volte à "agricultura tradicional" da tonelada e meia por hectare e a "tradição" de colocar todos os filhos a trabalhar bem cedinho com água pelo tornozelo. Peça-lhes, no fim de contas, para não ir para a fábrica, para permanecer no campo, com os seus pais, na vida dos seus pais, como os seus pais.


Crítica ao texto do professor José Manuel Pureza, retirada do blogue A Causa foi modificada

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