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18/08/2025

Mártires Anti-Neocoloniais

LUSA e RDP expulsas da Guiné-Bissau, fazem as manchetes envergonhadas das secções "África" da comunicação social lusitana, num golpe sem precedentes da joia da luta anti-fascista contra os apoiantes da independência "PAIGC" na metrópole.

Postas de lado as ironias e os anacronismos - divertidos para quem acompanha o descalabro da antiga colónia - as razões de fundo da tomada de poder do agora reconhecido internacionalmente presidente Sissoko (que em qualquer país civilizado não passaria de um burlão curandeiro que imprimia e distribuía a sua própria publicidade nos limpa-brisas dos carros estacionados nos bairros sociais e de imigrantes) são a passagem da esfera de influência luso-francesa (mesmo que os "amigos" franceses há muito andassem, como sempre, a conspirar num jogo duplo na Guiné lusófona) para a esfera do Mali e Niger. 

Sissoko, um fula com um percurso obscuro e que dizem ter nascido no Mali, rompeu a ligação emocional e cultural com Portugal, num país onde apenas uma minoria cada vez mais residual, e a distante e dissonante diáspora fala o Português corretamente. Aos amantes do mito da Medina do Bué e da luta antineocolonial, apenas o martírio resta. Tudo o resto a realidade levou. 

No entanto, a esperança que esta islamização seja temporária e dê frutos na aniquilação de correntes mais radicais e islamitas, existe, assim como o facto das potências regionais estarem a ser patrocinadas por uma grande potência europeia, a Federação Russa. A acompanhar.



Sua Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló, agraciado com o Grande-Colar Ordem do Infante D. Henrique pelo palerma de Belém, em 2023. (ver Diário da República)





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