Dez anos depois, A Cartilha está de volta.

21/05/2009

Retrocesso

O Ideal de um Portugal Universal findou ao final de 8 séculos e meio, e a sua substituição por uma Lusofonia pluricontinental sai cada vez mais derrotada pela geopolítica das grandes potências (França na Guiné-Bissau, Commonwealth em Moçambique, China em Angola) e pela inércia do centro político de Lisboa, embebido cada vez mais em ideias estrangeiras e em sonhos europeus.


Mozambique will receive three million dollars in military aid from China under an agreement signed recently in Beijing, Mozambique's defence ministry said Wednesday.
Yahoo News

Teixeira dos Santos discorda do FED

[O ministro das Finanças] afirma que o Governo está "esperançado em que as coisas possam vir a melhorar dado os sinais presentes, que prenunciam que estaremos num ponto de viragem".
Teixeira dos Santos, que falava ontem num seminário sobre o sector financeiro, organizado pelo ‘Jornal de Negócios’, defendeu que agora é o tempo de preparar a retoma.
Correio da Manhã

Os responsáveis da Reserva Federal dos Estados Unidos consideram que o sistema financeiro global ainda está “vulnerável a novos choques”.
As suas previsões para a variação este ano do PIB dos EUA foram revistas em baixa, para um recuo entre 1,3 e dois por cento, quando em Janeiro tinha previsto uma variação negativa num intervalo entre 0,5 e 1,3 por cento.
Público

17/05/2009

The Ascent of Money, of Niall Fergunson


É o livro que José Sócrates anda a ler, segundo uma reportagem (mais do que provável encomendada) da Notícias Magazine desta semana, revista onde a sua actual companheira e jornaleira Fernanda Câncio escreve.

Alta velocidade

«A TECNOLOGIA do TGV tem 150 anos, não inova em nada, é só força bruta. Ao contrário do Alfa, que usa a ciência e é pendular, no TGV o bogie, o chassi e os carris são tradicionais, mas maiores; só o motor eléctrico substituiu a locomotiva a vapor.
O LightAlfa usa compósito, ligas de alumínio e carbono, e HDPVC na carruagem e chapa de aço reforçado, em vez de ferro fundido no bogie. O fio dos motores é de liga de alumínio em vez de cobre. Tudo o torna mais leve, flexível nas curvas e exige muito menos betão nas pontes e retirada de terras nas serras.
O LightAlfa é tecnologia de ponta, faz 240km/h de média, quase igual ao TGV e, ao invés deste, não está nas mãos de só nove empresas de quatro países.
Ao ligar Faro a Braga pelo interior, o Train de Grand Developpement (TGD) com ramais para Badajoz e Vigo e gastando 1,5 mil milhões de euros, traria emprego a 78 firmas e 18 mil cidadãos portugueses.
Só seis empresas de França, Reino Unido e Alemanha estão certificadas para vender carris, material eléctrico e electrónico, carruagens, etc. para o TGV.
A Espanha tem três empresas certificadas para as pontes e a infrastrutura.
Exige-se quatro anos e milhões para certificar.
Não estarão num cartel?
Estimativas de países que pensaram investir ou já fizeram TGV mostram brutais derrapagens. Os três grandes da UE exportariam para Portugal 65 a 74% dos 5 mil milhões, a Espanha uns 20% e as nossas três mega-empresas 8 a 9%.
Mas três gerações (de Portugueses) teriam que pagar mais 4 mil milhões em juros e sobre lucros ao cartel e cada um dos nossos 5 milhões de empregados mais 500€/ano de impostos em subsídios do Governo ao consórcio do TGV.
Se o racional e inovador é o LightAlfa, que lobby de Bruxelas está a forçar um ministro a nos meter goela abaixo uma dívida irracional e uma velha tecnologia? Por que estes dados não chegam a José Sócrates?»

Jack Soifer, Oje, 20-Jan-2009

16/05/2009

Excertos de uma entrevista a Pepetela

"Há uma minoria que ainda viveu durante o tempo colonial e que sente um certo saudosismo que diz que no tempo do branco as coisas eram melhores e funcionavam melhor. Existem pessoas que sofreram a discriminação do colono e não esqueceram, mas isso não impede que compreendam perfeitamente que haja gente que queira regressar. E há as novas gerações, que têm atitudes diferentes porque já não conheceram o tempo colonial e é uma coisa da qual nem querem ouvir falar.

Esses dizem que «são tempos em que os nossos pais viveram mal e nem os queremos recordar»... Por essa razão, estão mais abertos para olhar para a cultura dos Estados Unidos e do Brasil e não sentem uma influência da própria cultura negra e africana.

A ideia que eu tenho é que os americanos cometeram um erro tremendo em 1975 ao apoiar a FNLA porque senão o MPLA tinha-lhes caído nos braços...O Kissinger tem muitas culpas nesse erro de avaliação.

Acho que em África ele [Barack Obama] não tinha a mínima hipótese de ser presidente. Em primeiro lugar porque não é negro. São raros os mestiços que chegam ao poder, à excepção de Jerry Rawlings, no Gana. Mas este foi um caso excepcional.

Portugal não ia resistir à competição das grandes potências que iam querer abocanhar a riqueza angolana. Na época, era a análise que se fazia, e até se diz que Salazar quando soube que fora descoberto petróleo em Angola afirmou: «Só nos faltava mais essa!»."



Pepetela, Notícias Sábado, 16-Mai-2009

Só desde 1975 e Porque não dos Últimos 80 anos?

“É o pior período para Portugal desde 1975 e é o pior período para o mundo desde os últimos 80 anos."

José Sócrates, durante a sua visita à ilha da Madeira.

15/05/2009

Zuma e o Fim do Pós-Colonialismo

Por costume evito o que Daniel Oliveira escreve e só a visão da sua figura faz-me mudar de canal. Ignoro essa personagem no seu todo. Mas rendo-me à sua análise africana no Expresso:


"A eleição de Jacob Zuma como Presidente da África de Sul causou incómodo. Não tanto por ser corrupto e suspeito de várias violações, que seriam só por si excelentes razões. Mais por ser polígamo e, tal como a maioria dos sul-africanos, crente das mais arcaicas tradições. O incómodo maior não é dos brancos. Zuma é sobretudo difícil de engolir para a classe média negra, a começar pelas figuras históricas do ANC. E percebe-se. O novo Presidente, com as suas seis mulheres, representa a África por 'emancipar'. Na realidade, as correntes descendentes do marxismo africano têm algumas coisas em comum com o imperialismo colonial. As suas raízes estão bem mais a norte, na Europa industrializada. No seu 'progressismo', também quiseram ter um papel 'civilizador' das culturas tribais. Se olharmos com atenção, à excepção da África muçulmana (resultado de outro império), os líderes africanos assemelham-se, da roupa que vestem às línguas que falam, dos valores aos costumes, aos líderes europeus. São descendentes dos colonos.

A eleição de homens como Zuma marca uma nova era: o fim do pós-colonialismo. O mesmo fenómeno aconteceu com a falência dos movimentos nacionalistas do Norte de África e a explosão dos movimentos islamistas. Os heróis anticolonialistas eram nossos primos."

Mas Onde é que Isto é Sexy?! / Onde Já Vai a Cegueira...



Michelle Obama entre as 100 mulheres mais sexy
Sic

14/05/2009

The Long Legs of the Crash: 13 Unexpected Consequences of the Financial Crisis

1
Your government will get smarter... In a global recession, governments around the globe will be able to recruit a better class of bureaucrats. Just a few years ago, the U.S. government had serious recruitment problems in the Foreign Service because no world-savvy 25-year-olds wanted to work for the civil service when they could make serious cash on Wall Street. In a severe downturn, however, the stability and security of a government job look far more appealing.

2
... and more corrupt. Politicians’ palms are about to get greasier. A global downturn shrinks the demand for goods and services worldwide. That means the security of a government contract will look pretty sweet to any businessperson struggling to stay afloat. A January report from Transparency International warned that corruption is bound to increase worldwide during the current crisis, as businesses prioritize survival over corporate integrity.

3
Gray skies are gonna clear up (at least a little). The central factor in projections about global warming is long-term extrapolations of current economic growth. Thing is, I doubt the Intergovernmental Panel on Climate Change expected Wall Street to tank as spectacularly as it has. The longer the global economy stays in recession, the less greenhouse gases are emitted into the atmosphere. You still might not be able to breathe easy in Beijing, but your odds just got better.

4
The Internet is about to get a lot more #@%$ing annoying. Newspapers are looking to online advertising revenue to deliver them from bankruptcy court (and eventually, total eradication). So, expect more Web advertising on your news sources—pop-up ads, welcome screens, articles hacked into ever shorter segments to maximize clicks—that cannot be escaped easily. Or at least not without getting extremely frustrated.

5
Glory days for evangelicals. Bad times are boon times for evangelical churches. Economist David Beckworth of Texas State University has crunched U.S. church attendance numbers and found that congregation growth at evangelical churches jumped 50 percent during each recession between 1968 and 2004.

6
Your kids will be savers. Macroeconomic realities in your childhood have a profound effect on your financial choices later in life, regardless of how much money you make, according to a study by economists Ulrike Malmendier and Stefan Nagel of the University of California, Berkeley, and Stanford University, respectively. The generation that grew up during the Great Depression, for example, was more risk-averse than its parents and its children when it came to money. Your kids, in other words, won’t be addicted to E*Trade, but you’ll probably find their allowances stuffed under their mattresses.

7
Skirts will get longer. Here’s a piece of Wall Street folk wisdom: There is a rough correlation between bull markets and bare knees. During boom times, skirts get shorter. In these bearish times, prepare for hemlines to head south. Somewhat in relation, we’ll see something else go north: the age and weight of Playboy centerfolds. Evolutionary biology encourages people to seek “more mature” mates during times of economic insecurity, argue Terry F. Pettijohn and Brian J. Jungeberg in one of the more interesting studies published recently in the Personality and Social Psychology Bulletin. To support their claim, the researchers showed that during recessions, centerfolds get older and, well, rounder. Similar studies have confirmed an identical trend in movie comedies—male and female leads get older during recessions.

8
Your military just got bigger. The age group that will be hit hardest by the current downturn? The world’s 18- to 24-year-olds. This group just so happens to be the prime recruiting age bracket for militaries, which can generally offer a steady paycheck and decent benefits. Indeed, the U.S. Army exceeded its recruitment goals in the last three months of 2008 for the first time in 5 years. And as the war in Iraq winds down, these new soldiers’ fears of being deployed in a hostile combat environment should wane. The few and the proud might grow into the many and the desperate.

9
State schools will be cool. A prolonged downturn will profoundly affect institutions of higher learning. For the past decade, private schools far outpaced state schools in terms of resources and expenditures as their endowments swelled from the long financial boom. Many elite universities followed Harvard’s lead and adopted need-blind admissions with generous financial-aid packages.

That’s all about to change. Endowments in the United States have declined 10 to 30 percent during the past year, which will make need-blind admissions a thing of the past and financial-aid offers far less generous. The credit crunch will also make it more difficult for young people to secure reasonable student loans.

10
Boomers will refuse to leave the building. A whole tier of older employees who planned on retiring now or in a few years simply can’t—their 401(k) retirement accounts look way too scary. In 2008 alone, U.S. workers aged 55 to 64 who have had 401(k)s for at least 20 years saw their retirement balances drop an average of 20 percent. This means those who expected promotions when the boomers cleared out are going to have to stew in their own juices and gripe around the water cooler. Office politics just got a lot nastier.

11
The world is no longer flat—and fewer people will care. Global downturns often breed protectionism and other barriers to foreigners. Cross-border tourism is likely to plummet. Study-abroad programs will also be affected—the New York Times recently reported a dramatic decline in South Koreans studying overseas. News outlets are also likely to further scale back their foreign news bureaus to cut costs.

12
Nouriel Roubini’s frequent flyer miles will go through the roof. One business will be big this year: conferences on the crisis of capitalism. The Dr. Dooms and Cassandras of the most recent bubble era—economists such as Nouriel Roubini, Robert Shiller, Stephen Roach, and Joseph Stiglitz—will be doling out advice and “I told you sos” in convention halls and conference rooms around the globe. Indeed, in the month of January alone, Roubini traveled to Istanbul, Dubai, Abu Dhabi, London, Riyadh, Zurich, Davos, and Moscow. The likely difference now? Seats in coach.

13
Great Depression lit will be chic. Eras like to mine the cultural tropes of analogous eras from the past. So, expect books about the Great Depression to dominate Amazon rankings. Already, Hodding Carter IV has received a big advance to write A Year of Living Within Our Means, a book about his family living strictly within its budget by using cost-cutting measures from the 1930s. And somewhere, you just know Ken Burns is making a 25-part documentary on the Tom Joads of this world.



Daniel W. Drezner, Foreign Policy, March/April 2009

Manela ao Poder?

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, desloca-se hoje à Grécia para participar como convidada na conferência anual do grupo Bilderberg.
Diário Digital

13/05/2009

Serviços Secretos na Maçonaria

A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por núcleo interno de intelligence, indicam documentos.

A proposta foi apresentada numa reunião da Grande Dieta, órgão que equivale à assembleia-geral do GOL a 21 de Março, e aprovada com 57 votos a favor e 21 contra.

Estas propostas foram apresentadas pelo presidente de uma comissão interna criada para determinar os autores de uma queixa apresentada no Departamento de Investigação e Acção penal (DIAP), em 13 de Novembro passado, contra o grão-mestre e os dois elementos que se lhe seguem na hierarquia da estrutura maçónica, António Justino Ribeiro e Fernando Manuel Lima Fernandes, e «desconhecidos».
Diário Digital



Depois da saida do ilustre maçom Rui Pereira do SIS as forças vivas da terceira república viram-se agora para a criação dos seus próprios serviços de informação.

Seria tudo normal se isto se passasse num país terceiro mundista ou num estado falhado, onde serviços de informação e forças de segurança são criadas à margem do estado, como os "Aguenta" do João Nino Vieira. Mas nada normal num suposto Estado de Direito como o actual Portugal (ou o que resta dele).

11/05/2009

'Há Coisas do Diabo'

O Ministério Público (MP) recebeu esta semana uma participação da Ordem dos Notários, que dá conta do desaparecimento dos documentos que suportavam a escritura notarial e identificavam a empresa offshore que vendeu o apartamento no Heron Castilho, em Lisboa, a Maria Adelaide Carvalho Monteiro, mãe do primeiro-ministro... A notária ficou estupefacta e deu ordens para que se procurasse nos maços seguintes. «Nunca me tinha acontecido aquilo. Há regras: os livros têm de estar numerados por folhas e não pode falhar um documento», explicou ao SOL.
Sol

Por Uma Nova Europa

Favorável à «abertura» da União Europeia ao Leste europeu, Sarkozy defendeu a alternativa de criação de um «grande espaço económico e social», que também inclua a Rússia.
TSF



"Who rules East Europe commands the Heartland;
who rules the Heartland commands the World-Island;
who rules the World-Island controls the world."


Sir Halford John Mackinder, Geopolítico

10/05/2009

Eu, Português



«O cidadão europeu, de que tanto se fala, não existe. A soberania europeia é uma ficção.»

António Barreto, Público, 10-Mai-2009

Reserve Coin

Nouriel Roubini prevê substituição do US dólar pelo Yuan como moeda de reserva internacional. Aqui em entrevista à CNBC, 6 Maio de 2009.

09/05/2009

O 1º de Maio sem Violência e com Verdades

Portugal dos Pequeninos

“Eu vou ao Parlamento Europeu assinar o nome. Quero é vir para cá para o Porto”

Elisa Ferreira, candidata nas listas do PS ao Parlamento Europeu e candidata do PS à Câmara Municipal do Porto, em declarações ao Público durante uma visita ao bairro do Viso.

08/05/2009

Demo sem Cracia

O Mito da Democracia, que nos foi vendido em regime de franchising por anglo-saxónicos e é explorado por partidocráticos, aqui bem exposto no Portugal Contemporâneo:

"A democracia chega?

Não, não chega. Cada vez mais se percebe que ela é, para a maioria dos políticos que têm responsabilidades governativas, um álibi para fazerem o que bem entendem e lhes apetece com os votos que o povo ciclicamente lhes confia. A democracia é, essencialmente, um método para permitir a alternância pacífica no poder, e, também por isso, um mecanismo que refreia e contém os ímpetos da soberania, pelo menos sempre que as eleições se aproximam. Todavia, ela não basta para manter a liberdade e o Estado de Direito fora dos períodos eleitorais. Aí, só uma sociedade economicamente desenvolvida, assente em instituições civis fortes e espelhada em instituições constitucionais verdadeiramente independentes do poder político, poderá assegurar os valores essenciais de uma sociedade livre. Não por acaso, são exactamente essas instituições que o estado questiona, ataca ou não deixa desenvolver."

Petro-Dólar

dólar amplia queda
Veja

Petróleo esteve a mais de 58 dólares em Nova Iorque, pela primeira vez desde Novembro

Segundo a AFP, os investidores receiam que as o dinheiro injectado pelos poderes públicos na economia se traduzam numa forte inflação quando a actividade económica cessar de se contrair, o que os incita a investir em matérias primas para se protegerem contra a subida dos preços.
Público



Previsões de recuperação económica, acontecimentos geopolíticos, especulação, ameaça de cortes na oferta, desastres naturais, etc etc - várias são as explicações que os estúpidos inteligentes continuam a usar para justificar as subidas e descidas no mercado petrolifero. Tudo menos o dólar, a moeda de referência para este mercado, que inexplicavelmente é quase sempre ignorada.

Tal como em Julho/2008 quando o dólar atingiu o seu mínimo (de quase 1.58 face ao euro) e o petróleo os 147 dólares, hoje deu-se mais uma subida (a maior desde Novembro). E como de previsível a explicação é outra.

Portugal, Racismo e Xenófobia

"Porém, a outra xenofobia, é assunto que nos toca de perto. Os portugueses não são nem jamais puderam compreender o racismo. Fomos, sempre, uma tão grande mescla de sangues e cargas hereditárias que tornaram o racismo uma coisa abstrusa. Temos no sangue resíduos de celtas, latinos, árabes, berberes, judeus, negros, chineses, japoneses, índios e australóides que nos impedem de proferir o palavrão horrendo do racismo. Portugal foi, sempre, xenófobo. Não gostamos dos estrangeiros, pronto, e só os queremos se gostarem da nossa cultura, da nossa língua, da nossa maneira de estar e viver; isto é, só os queremos se quiserem fazer parte de nós. Aliás, o que é a ideologia da expansão portuguesa senão esta afirmativa e obstinada vontade de universalizar a cultura portuguesa ?

Os ingleses, os alemães, os espanhóis e os holandeses - sim, aqueles que pela voz de Hugo Grócio consideravam os portugueses inferiores "pois até se misturam com os animais" - são racistas. Por seu turno, os portugueses não são racistas, mas são absolutamente xenófobos. Entre nós não se vislumbra o menor vestígio de curiosidade intelectual face ao estranho. O português só fala de coisas portuguesas, só lê, investiga e produz obra que tenha a ver com Portugal e aqueles que parecem xenómanos fazem-no, estimo, só por afectação. Por isso, nunca desenvolvemos escolas de linguística, nunca tivemos orientalismo profundo, nem arquelogia virada para o mundo, nem teoria sobre as artes, nem Filosofia. Somos como os Judeus. Temos a ideia de uma vaga fraternidade universal, abraçando todos os homens e todos os continentes, uma derradeira esperança de paz e concórdia entre os homens. Essa ideia dá pelo nome de Portugal ou, agora, de lusofonia. É por isso que nunca seremos tribalistas, racistas, europeus. Somos ocidentais porque o nó dessa civilização - o cristianismo - cedo foi utilizado pelos portuguses como característica indissociável do ser e destinação de Portugal. Sempre quisemos dar exemplos ao mundo. Que maior prova de xenofobia senão essa? Só não o vê quem não quer: os racistas xenómanos e os escravos da estupidez inteligente."



Miguel Castelo-Branco, no Combustões

Proporcionalidade

The iconic image of Che Guevara found adorning students' walls and t-shirts across the world could be banned in Poland under a government proposal to outlaw materials that incite "fascism and totalitarian systems".

The proposal, which could see the faces of some of the leading lights of communist history such as Lenin and Trotsky removed from t-shirts and flags, reflects a Polish view on communism far different from the rose-tinted and romantic images often found in the West.

After experiencing 40 hard years of communism, as well as the horrors of Nazi occupation, few Poles have qualms equating under law the inequities of Nazism and communism.
The Daily Telegraph



Mas não através de uma medida Iliberal e proibicionista. Combater Totalitarismos com Autoritarismos é errado. O caminho a seguir para desmascarar a ilusão marxista e o romantismo sangrento do jacobismo deverá ser através do ensino da Verdade Histórica: a transmissão do que se passou, da violência e do terror, da real situação económica, social e de direitos fundamentais basta para afastar fantasmas do passado e tornar ingénuos revolucionários em cidadãos responsáveis e conscientes.

06/05/2009

De 'Colectivizador' Leninista a Pajem de Dom Duarte

Pedro Namora é o candidato monárquico à câmara de Setúbal
Público

04/05/2009

Dr. Realist

"The bottom of the economy [recession] is not going to be in three months, but rather toward the beginning or middle of next year."

Nouriel Roubini, Newsweek, 4-May-2009

03/05/2009

Doze Anos de Ensino Obrigatório - Estudantes até aos 18 anos

O GOVERNO “julga” que não vão ser necessários edifícios, equipamentos, recursos financeiros e docentes. Julga! Não é uma maneira de gerir o maior departamento do Estado. A criação do limite de 18 anos sugere imediatamente um problema: a idade de acesso ao mercado de trabalho é de 16 anos! Há aqui qualquer coisa que não bate certo. O governo “pensa” que não. Pensa! E que dizer dos alunos de 18 anos feitos a quem falta um ano de escolaridade no secundário? O governo “entende” que não há problema. Entende! Quem são estes trinta mil alunos que vão ser abrangidos? Trabalham? Onde? Em quê? Por que saíram do sistema? São pobres? Incompetentes? Incapazes de estudar? Sem apoios familiares? O governo não sabe. Se sabe, não diz. Mas vai fazer qualquer coisa. Quer dizer, vai dar dinheiro. Parece ser a única coisa que ocorre ao governo: dar dinheiro. Que vai o governo fazer com os que já fizeram 18 anos, mas ainda estão por exemplo a acabar o básico? Não sabemos. Será que o governo mandou estudar seriamente as razões concretas do abandono no fim do básico e no secundário? Que se saiba, não. Teve o governo a preocupação de investigar esta população que abandona a escola? Tem algum conhecimento, não apenas uma ideia, das consequências desta entrada na escola de umas dezenas de milhares de alunos renitentes, de jovens que já trabalham ou de adolescentes cujos pais não ajudam? As declarações dos governantes sugerem que têm mais palpites.

António Barreto
, Jacarandá

Medina Carreira - Entrevista RCP/CM



(Entrevista completa no Correio da Manhã)

Adrenalina e Mea's Culpas

Vital Moreira, futuro eurodeputado do PS que gosta de emoções fortes - quer seja um emocionante rafting no Rio Minho ou uma perigosa ida a uma manifestação de cariz revolucionário da CGTP (imagine-se um Warren Buffet a ir a uma manifestação de anarquistas anti-globalização ou um membro dos Panteras Negras a uma manifestação do Ku Klux Klan) - diz que o PCP devia pedir desculpa ao PS pela vergonhosa agressão de que foi vítima. Ou seja, algo tão provável como o PS pedir desculpas aos alunos da Casa Pia.

Itália, Formosa, Israel e Hong Kong

Passaram da categoria de países Livres à de países Parcialmente Livres segundo o relatório anual da Freedom House.

Portugal situa-se no 18º lugar. Atrás de países como a Estónia ou Jamaica.

Cabo Verde e Portugal são os únicos países Livres da CPLP.

A Venezuela e Cuba são os únicos Não Livres das Américas.
Ver aqui.

'Síndrome' da Marinha Grande

Vamos lá todos a ter pena e a votar PS:

Agressão a Vital poderá beneficiar estratégia do PS para as legislativas

Apesar de lamentar este tipo de actos, [André]Freire entende que a escolha de Vital para chefiar a delegação do PS no 1.º de Maio “cheira a oportunismo” e tem contornos de “sessão de campanha”.

“O Governo convive mal com os sindicatos, critica a CGTP, e Vital Moreira tem secundado o Governo nestas críticas. É estranho que o PS tenha enviado um candidato altamente colado ao Governo para uma manifestação da CGTP, como se fosse um agent provocateur”, diz, lembrando ainda que, até Novembro de 2007, o Executivo socialista instaurou processos crime contra mais de duas dezenas de dirigentes da Intersindical.

Exigindo um pedido de desculpas aos comunistas, o primeiro-ministro converteu a agressão a Vital numa acção de “ódio ao PS”: “O que aconteceu foi um incidente absolutamente lamentável de sectarismo baseado num ódio ao PS.”
Público

02/05/2009

Patuleia XXI

O Costa Cabral já cá anda, tresmalhado de socialista com nome de filósofo grego, enquanto que o que acontece em alguns Tribunais já faz lembrar a Maria da Fonte:

«Processos queimados num assalto ao Tribunal de Lousã»
Público

01/05/2009

Contas Antigas: Tentativa de Linchamento de "Desviacionista" e "Agente da Burguesia e do Capital"

No seguimento do último post:

Ofensas contra Vital Moreira foram “uma agressão contra o PS”, diz Vitalino Canas
Público

30/04/2009

O Ventríloco


(Via Portal da Loja)

Nouriel Roubini


"Nouriel Roubini was right. At a time when the likes of Alan Greenspan were dismissing concerns about excessive home prices and declaring that banks were stronger than ever, Roubini warned that there was a monstrous bubble in the housing market and that the bursting of that bubble would cause much of the financial system to collapse. And so it has turned out, with even the most seemingly outlandish of Roubini's predictions matched or even exceeded by reality."

Paul Krugman, Time

26/04/2009

São Nuno de Santa Maria

Numa altura em que se idolatram esquerdistas e outros, que, por cegueira ou oportunismo (os primeiros) e ignorância ou ingenuidade (os últimos) levaram a cabo a Revolução dos Cravos - apenas quem desconhece como se fez o assalto do comunismo ao Poder nos países de leste acredita na pureza e excepcionalidade do vinte e cinco de Abril -, o Estado que de português tem muito pouco, esquece deliberadamente aquele que com valores opostos aos dos homens actuais, é hoje tornado Santo.


O herói que, já velho, terá sido visitado por D. João I, nas sombras refrescantes do convento do Carmo.
Segundo a história popular, o rei perguntou-lhe o que faria, se Portugal fosse outra vez invadido.
Nuno de Santa Maria levantou-se, abriu as vestes, e mostrou a cota de malha do guerreiro.
Continuava disponível para morrer pelo seu povo.

25/04/2009

Porque no final, é o que conta

Indice de Desenvolvimento Humano
Portugal

1975 - 24º país mais desenvolvido do mundo

2008 - 33º país mais desenvolvido do mundo

Homens de Abril

"Tomei, então, conhecimento do elenco que constituiria a Junta de Salvação Nacional e do primeiro programa político do Movimento. Logo reconheci tratar-se de um programa revolucionário de raiz marxista (o programa, na sua essência como no próprio articulado, era praticamente uma reprodução do programa do PCP de 1965) ...depois de ter tomado conhecimento da infiltração comunista na Revolução, não foi sem profunda reflexção que me decidi a aceitar a missão de evitar a todo o transe que Portugal se transformasse num estado marxista."

1º Presidente da República no pós-25 Abril e membro da Junta de Salvação Nacional
Marechal António de Spínola, Ao Serviço de Portugal, 1976


«É preciso que o Povo português e o mundo saibam que o que está em curso é um processo de sovietização, sendo bem claro que o estilo de sociedade que lhe querem impor é o de Cuba ou da Albânia mas o caminho traçado por Moscovo continua a ser percorrido!
Aos meus camaradas que se entregaram totalmente a um ideal e foram traídos por uma minoria comunista, é tempo de se darem conta do logro e do equívoco, dando-se também conta de que é tempo de reflectir e , reflectindo, é tempo de agir e participar na verdadeira salvação de Portugal»


Capitão de Abril Major Sanches Osório, O Equívoco do 25 de Abril, 1975


«Na altura não me apercebi bem do que era abandonar África, não dei o devido relevo. Se eu me tivesse apercebido que íamos abandonar África com certeza que não sei se entraria [na revolução de Abril]. Pelo menos não tomava parte activa»

Capitão de Abril
Major-General Comando Jaime Neves, TVI24

24/04/2009

Festejar o “25 de Abril”?

"Ano após ano, as comemorações do "25 de Abril" estão enredadas numa série de equívocos que seria pueril esperar que políticos ou jornalistas desfizessem. Supostamente, festejamos nessa data a "democracia". Mas qual "democracia"? A que estava pressuposta no abraço frentista entre Álvaro Cunhal e Mário Soares dias depois do golpe de estado (que não seria muito diferente da dos oficiais da Coordenadora do M.F.A.)?

Este monopólio esquerdista em torno da data tem tido vários efeitos inaceitáveis: a glorificação dos militantes comunistas opositores de Salazar, como se este fosse pior que o totalitarismo que os primeiros defendiam; a impossibilidade de se assumir os erros gravíssimos cometidos nas antigas províncias ultramarinas, entregues pela Coordenadora do M.F.A. aos aliados locais da União Soviética, numa estratégia que o P.C.P. manobrou e poucos à excepção dos spinolistas tentaram contrariar; a repetição ad nauseam da boutade da "revolução sem sangue" (claro que os que morreram nas provncias ultramarinas só em 1974-75 e que foram muitos mais do que as baixas dos dois lados durante a guerra de 1961-74 não são contabilizados porque já não são portugueses...); a dura verdade de que o país viveu em regime de ditadura militar e não em "democracia" nos anos de 74 e 75, com prisões arbitrárias, sem sistema judicial nem respeito pela propriedade privada, numa situação que só teve paralelo nas outras duas ditaduras oficialmente inexistentes da nossa história, as dos "governos provisórios" e das assembleias de partido único de 1820-1823 e 1910-1913; o esquecimento conveniente da incontornável verdade que a "obra social" do novo regime foi uma pura continuação dos programas sociais já delineados pelo Estado Novo, com a diferença da rédea livre dada à despesa pública."


Luís Aguiar Santos (Ver na Integra)

Barack Obama Superstar

"Mr. Obama acts as if no past president -- except maybe Abraham Lincoln -- possesses his wisdom."

Karl Rove, Wall Street Journal, 22-Abr-2009

23/04/2009

Àfrica

"A África do Sul prepara-se para regar com gasolina o que restara da longa transição iniciada com Mandela e Frederik de Klerk . Aquele país, comparativamente tão rico como a Noruega o é na Europa, ameaça agora lançar-se no processo de africanização. O candidato Zuma, acusado por violação, fraude e corrupção, auto-proclama-se "socialista", é amigo e admirador ajuramentado de Mugabe e milita numa seita adventista messiânica. Em suma, tudo boas notícias para os portugueses residentes na África Austral. Os sempre ufanos analistas (de quê ?) nele detectam traços de "populismo" e declarados propósitos de terminar os vestígios do apartheid. Sabemos o que isso quer dizer, Se o tal imaginário apartheid sobrevive nas Forças Armadas, na polícia, no aparelho do Estado e na classe empresarial, destruí-los será sinónimo de pretorianização dos militares (leia-se tribalização), desagregação da autoridade nas ruas, nacionalização de empresas viáveis e, quem sabe, proibição do africaans. A coisa promete. Quando é que a África ganha juízo?"

Miguel Castelo Branco, no Combustões

Triunfos de 'Abril'

Desemprego dispara para 11 por cento no próximo ano, diz o FMI
Público

Três alunos de Penacova cumprem serviço comunitário após manifestação na escol

Por proposta do MP de Penacova, e com a concordância de uma juíza de instrução criminal, o processo de que os estudantes são alvo foi suspenso durante quatro meses e as 20 horas de “serviço de interesse público” devem ser prestadas “no estabelecimento de educação onde foram praticados os factos”, refere o despacho do MP. Ao mesmo tempo, os três jovens vão ser acompanhados pelo Centro de Observação e Acção Social de Coimbra, onde ontem marcaram presença pela primeira vez.

O caso remonta a 17 Novembro do ano passado, quando Fábio, Gonçalo e Eduardo se preparavam para encerrar o portão da escola a cadeado no dia de uma manifestação contra o Estatuto do Aluno. Uma patrulha da GNR que se encontrava no local impediu-os de encerrar a escola e os estudantes acabaram por ser identificados. “Não chegámos a colocar o cadeado porque a GNR falou connosco e disse-nos que, se o fizéssemos, poderíamos ter problemas”, refere Gonçalo.
Público


Trinta e Cinco anos depois do pronunciamento militar da abrilada, a substituição do regime corporativista e nacionalista da Segunda República por um regime socialista de estilo soviético camuflado de Terceira República de socialismo democrático ameaça concretizar-se.