É comum ouvir-se dizer que nunca se soube fazer automóveis em Portugal. Pórem, são vários os exemplos de iniciativas, que depois, por falta de apoios do governo/privados ou por erros de aposta, acabam goradas. É um post maior que o habitual, mas vale a pena:Fig.1 FELCOM - Construído em 1933 por Eduardo Carvalho a partir de automóveis que pertenceram a Eduardo Ferreirinha, que mais tarde construiu os automóveis Edfor.
Fig.2 EDFOR - Obra do industrial portuense Eduardo Ferreirinha, foi fabricado em 1937. Usa um motor Ford V8 com 3620cc, tem um peso total de 970Kg e velocidade máxima de 160Km/h.
Fig.3 DM - De 1951, com carroçaria desenhada por Dionísio Mateu e executada nas instalações da Auto federal, Lda. Produzidas mais de sete carroçarias diferentes. Motor de 65 cv com 4 cilindros, 1100 cc, 4 velocidades; com 500 kg de peso total e velocidade máxima de 170 km/h.
Fig.4 MG CANELAS - Feito em 1952, foi um carro carro que correu em muitas provas nacionais dos anos 50. Ao contrário da generalidade dos automóveis portugueses de então, este tinha um chassis tubular de concepção própria – feito em aço cromo-molibdénio, soldado nas instalações das OGMA – e o motor, um 1500 c.c. de base MG, foi totalmente remodelado e aligeirado. Tinha 95 cv, 4 cilindros, 1500 cc, 4 velocidades, 550 kg de peso total e velocidade máxima de 195 km/h.
Fig.5 ALBA - Carro construído e inteiramente desenhado em Albergaria-a-Velha na Fábrica ALBA (Metalurgica) no ano de 1952 por António Augusto Martins Pereira, com 1500 cc (motor também desenhado por ele), 90 cv , 4 cilindros e 4 velocidades e atingia os 200 km/h, com carroceria em fibra ao estilo italiano.
Fig.6 MARLEI - O Marlei, concebido em 1954 por um dos mecânicos mais conhecidos do Porto na sua época - Mário Moreira Leite – foi um dos últimos automóveis portugueses de competição a ser construído. Com 48 cv, 4 cilindros, 1588 cc, 4 velocidades, 925 kg de peso total e 160 km/h de velicidade máxima.
Fig.7 OLDA - O Olda, de Águeda, surgiu em 1954 e rapidamente conquistou o papel de favorito nas corridas, não só devido à qualidade do projecto como ao excelente nível de condução de Joaquim Correia de Oliveira, piloto e técnico do veículo, e de Ângelo Costa, responsável pela preparação dos motores. Denominava-se Olda, contracção de "Oliveira de Águeda", retendo as letras mais importantes para a designação final. Com 80 cv, motor de 4 cilindros com 1493 cc e 4 velocidades. Peso toral de 500 kg e velocidade máxima de 165 km/h.
Fig.8 LUSITANO - Em 1954 a AGB, fundada por António Gonçalves Baptista, que concebeu e construiu o Lusito, com 6 cavalos, 1 cilindro e 360 cc. António Gonçalves Baptista tentou arranjar um industrial capitalista que lhe desse o fôlego necessário ao arranque do seu ousado projecto mas por medo ou por desinteresse ninguém apostou neste projecto. Certa vez, o Lusito parou com uma pequena avaria mecânica, em Porto de Mós. Quem o socorreu foi o Engº Monteiro Conceição, que se interessou pelo pequeno automóvel e propôs sociedade a Baptista. Desse entendimento nasceria o IPA.
Fig.9 IPA - Apresentado na Feira das Indústrias de 1958, o IPA 300 foi referenciado como um dos expoentes da indústria metalo-mecânica nacional da época. A base mecânica era a do veículo inglês Astra, um pequeno veículo comercial equipado com um motor British Anzani de 2 cilindros, 2 tempos, com aproximadamente 15 cv, 300 CC e 3 velocidades. A feroz oposição de então Secretário de Estado da Indústria, que havia já optado por outra direcção na política industrial e que passava pela montagem, no nosso país, de veículos em CKD de marcas europeias e americanas. O processo encerrou definitivamente com uma proibição regulamentar.
Fig.10 PORTARO - O primeiro Todo-o-Terreno português. As primeiras unidades do Portaro foram vendidas no mercado nacional em 1976. As vendas em Portugal chegaram a atingir volumes perto das 1000 unidades e a fábrica produzia outro tanto para exportação. Em 1990, sem qualquer protecção à indústria nacional, a Portaro fechava as suas portas depois de ter vendido quase 7.000 veículos em território nacional e de ter exportado alguns milhares de unidades. Motor com 71 cv, 4 cilindros, 2498 cc, 5 velocidades e 1510 kg de peso total.
Fig.11 UMM - A empresa começou a laborar a 4 de Julho de 1977, depois de um acordo entre a MOCAR e a União Metalo Mecânica para o fabrico e montagem de viaturas que pelas suas características possibilitassem grande incorporação nacional e permitissem uma produção rentável em séries inferiores a 100 unidades por dia. A escolha recaiu sobre uma viatura ligeira 4X4, com facilidade de adaptação a múltiplos fins. As carroçarias eram feitas em Mem Martins, para depois seguirem para a montagem e pintura em Setúbal, numa linha de montagem própria da UMM. Confrontada com a concorrência, a empresa não resistiu. A UMM chegou a correr no Daka. Contavam com um motor de 75 cv, 4 cilindros, 2700 cc, 4 velocidades, 1500 kg de peso total e 120 km/h de velocidade máxima.
Fig.12 SADO - No final da década de 70, o Entreposto lançou a proposta “made in Portugal” para a produção de um automóvel citadino: o Sado. Pela sua limitada produção, é um veículo quase desconhecido da maioria das pessoas. Posto à venda em 1982 por cerca de 262.125 escudos, o carro não chegava para as encomendas, o que fez com que as primeiras 50 viaturas feitas e postas à venda pelo Entreposto se esgotassem rapidamente, surgindo as inevitáveis listas de espera. Tinha 28 cavalos, 2 cilindros, 547 cc, 4 velocidades; 480 kg de peso total e 110 km/h de volocidade máxima.
23/03/2010
Automóveis Portugueses
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2 comentários:
Muito interessante este artigo sobre a indústria automobilística portuguesa. Os modelos lembram, de relance, alguns clássicos mundiais. Por exemplo, o Portaro seria uma versão do romeno Aro; ALBA e OLDA são quase "cópias" do clássico inglês Shelby Cobra e a frente do UMM relembra o utilitário alemão DKW Munga.
pois....a historia sp nos troxe mts coincidencias entre carros q foram feitos e ainda hoje assim é é cm a historia d ovo e da galinha.....o importante é ver q d facto sendo copias ou nao Portugal teve em tempos nao diria uma industria mas um prinçipio de industria deste genero excluindo os UMM claro e os Portaro pena e ver q tds isso acabou nao so nos carros mas nas motos tb nao so pela concurrencia mas tb pq nos portugueses nao soubemos valorizar o q é nosso e os nossos governos nao a defenderam...gostav de um dia voltar a ver um veiculo nas estradas feito em portugal e por portugueses seria um orgulho
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