«Nenhum desses países que conseguiram uma alfabetização de massas durante o Século XIX o fez contra a Igreja; foi sempre em articulação com ela. Ora em Portugal, primeiro com os liberais, a partir de 1820, e depois com os republicanos, o Estado não só tentou alfabetizar a população contra a igreja, como entendia que a alfabetização era um veículo para substituir a educação religiosa por uma educação cívica formatada em Lisboa. As ordens religiosas, que em muitos países foram fundamentais para criar uma rede de escolar, em Portugal não podiam sequer ensinar a ler durante a Monarquia constitucional. Ou seja, tinhamos na Igreja uma instituição que podia ter sido fundamental para a alfabetização da população e preferiamo chamar tudo para a alçada do Estado, que não tinha recursos e, portanto, falhou. Foi por um excesso de Iluminismo que se produziu o obscurantismo.»
Rui Ramos, Público, 23-Jan-2010
23/01/2010
Um 'Excesso de Iluminismo' na Alfabetização
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário