Dez anos depois, A Cartilha está de volta.

25/02/2008

A Diplomacia Portuguesa; sua Clarividência, Prudência e Patriotismo

Confesso a V. Ex.ª que cada vez tenho mais apreensões sobre as ideais do Generalíssimo [Franco].
Acho-o enamorado do Poder e do poder pessoal. De todos os que governam a Espanha é ele que me diz as coisas mais estranhas e que fala a linguagem mais próxima do «eixo».
Notei ante ontem (sic), por exemplo, que tanto o ministro dos Assuntos Exteriores como o da Marinha, nas conversas que tivemos concordaram comigo que a Alemanha passara todas as marcas da tolerância internacional e que a Itália se encontra em posição desgraçada.
Ambos previram como única solução que ela repetisse a manobra de há 20 e tal anos, acabando por renegar a aliança com a Alemanha [como aconteceu na 1ªGrande Guerra].
Só Franco me falou com grandes reservas a este respeito e não achou, por exemplo, escandaloso, o entendimento com a Rússia.
Repito: acho-o um homem estranho e muito deslumbrado pelas ideas (sic) do eixo.

Excerto de uma carta do embaixador de Portugal em Espanha Pedro Teotónio Pereira dirigida ao presidente do Conselho de Ministros, o professor António de Oliveira Salazar, a 25/08/1939

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