Dez anos depois, A Cartilha está de volta.

21/02/2009

O Estado das Artes e dos Malabaristas

O demissionário ex-primeiro-ministro Guterres governou em nome da ideia política fashion à altura, a da Terceira Via labouriana e blariana. Nos dias de hoje a moda é a Obamamania e os chavões «Yes We Can» e «Change», que o Governo Socrático na boa tradição guterriana se aprontou a adoptar sob a forma de a «Força da Mudança».

Contudo o sapiente governo rosa não descura a situação interna e a inevitável viragem canhota do eleitorado lusitano & cidadãos de direitos equiparados. E se a moda interna é um retorno ao socialismo dos tempos do PREC (porque só ai houve socialismo, o do bloco central e do soarismo só existiu na propaganda), convém retirar (ou evitar dar) votos ao PCP e especialmente à extrema-esquerda coligada no Bloco de Esquerda.

E nada melhor para cativar votos para o partido do punho fechado que gosta de malhar na direita(sic) do que utilizar uma aproximação ao pára-quedista e matemático e ainda presidente a caminho de vitalício Hugo Chavez. E o magnetismo desta ligação chama-se Socialismo do Século XXI, do qual Chavez é o ponta-de-lança.

Seria, realço, completamente saudável e recomendável a presença do representante e dignatário venezuelano em Portugal em virtude da enorme comunidade portuguesa no país e do importante interesse energético que a Venezuela representa (remessas e bem estar de emigrantes e petróleo). Mas este cenário seria positivo se tal tomasse lugar a nível oficial, o que não é o que acontece, quando o sobrinho de Júlio Monteiro (que é primeiro-ministro) convida Hugo Chávez para o Congresso do partido socialista!! Estamos tão e só a assistir a mais uma medida propagandística desta partidocracia, onde os interesses dos partidos e dos militantes estão sempre acima do Interesse e do Bem da Nação.


Post Scriptum: Jornaleiros facciosos ou ignorantes, por desconhecimento ou mesmo por ignorância, reportaram recentemente que Hugo Chavez deu erradamente o exemplo de Portugal como um país onde não havia limitação de mandatos. Esses jornaleiros prontificaram-se a esclarecer em tom de superioridade que em Portugal o cargo de Presidente da República tem limitação de mandatos, o que é verdade. Mas o que é ainda mais verdade, é que a Venezuela tem um sistema presidencialista, onde o poder executivo está na figura presidencial. E cá em Portugal quem tem o poder executivo é o primeiro-ministro, e esse não tem limitação de mandatos. Ou seja, nada impede em termos constitucionais que José Sócrates Pinto Monteiro ultrapasse na função a longevidade de António de Oliveira Salazar.

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